LISBOA fica instalada nas colinas ao norte do
rio Tejo, é rica em história e convidativa a ser visita a pé.
Ao criar este roteiro, busquei inspiração no site http://www.viajenaviagem.com/, dentre outros que recomendo e fiz
minhas adaptações, uma vez que tinha um pouquinho mais de tempo.
Preparei um roteiro de 3 dias que permite ver todos os points turísticos
interessantes de Lisboa. Fiquei na verdade quatro dias em Lisboa para deixar um
dia só para compras, uma vez que era o período da liquidação de verão! É claro
que de acordo com o seu tempo disponível e interesse você poderá fazê-lo em
menos tempo ou em quatro dias.
Sempre que viajamos gosto de comprar o Guia da Folha de São Paulo, mas
como Portugal é mais fácil por ser a mesma língua, comprei apenas o Guia de
bolso, também da Folha de São Paulo, é bem mais prático para carregar na bolsa.
O Guia divide a cidade a cidade em 4 regiões, mas acho tranquilo dividir em 3
dias.
Antes tudo, para fazer este roteiro a minha dica é se hospedar no Hotel
Ibis Centro Saldanha, pois fica 1,2 km do centro de Lisboa. Mas, o essencial é
que a estação de metrô é muito próxima e todas as vias passam pela estação
Saldanha, logo, é possível fazer baldeação para qualquer lugar de Lisboa, sem
falar que é uma rede com um preço muito bom!
PRIMEIRO DIA – CENTRO HISTÓRICO
No primeiro dia deverá sair cedo do Hotel, pois é o dia com mais lugares
para visitar, ou caso queira, transforme em dois dias.
Sugiro começar o passeio pelo Parque Eduardo VII. A maneira mais fácil de
chegar ao Parque é saindo na Estação de Metro Marques de Pombal (Linha
Azul/Amarela) ou Estação Parque (Linha Azul). Suba a colina e vá até a parte
mais alta do parque para ter uma vista privilegiada do Miradouro sobre toda a
cidade de Lisboa. Você conseguirá ver a famosa estátua do Marquês de Pombal
(diplomata iluminista responsável pela reconstrução da cidade após o Grande
Terremoto de 1755); do lado esquerdo o Castelo de São Jorge; do lado direito o
famoso Bairro Alto; e ao fundo o Rio Tejo.
O Parque recebeu este nome em 1903 para homenagear o Rei Eduardo VII do
Reino Unido, como forma de celebrar as relações entre os dois países. No
miradouro ainda existe o polémico monumento ao 25 de Abril (data do golpe de
Estado militar, em 1974, que depôs o regime ditatorial) por ter uma sua
estrutura fálica que jorra água para a fonte.
Depois desçam até a rotunda (rotatória) do Marques de Pombal e
prepare-se para uma caminhada pela Avenida da Liberdade, a principal da cidade. As calçadas em
toda a extensão da avenida são feitas das típicas pedras portuguesas, com
desenhos muito bonitos. Na Avenida da Liberdade estão as lojas de grandes
marcas como Emporio Armani, Luis Vuitton e tantas outras. O percurso pela
Avenida da Liberdade (até a Praça dos Restauradores) tem pouco mais de um
quilômetro e é uma caminhada muito agradável. Mas, se você não estiver com disposição
ou tempo para andar este pedaço, pode apanhar o metro na estação de Marques de
Pombal e descer na estação de Restauradores, ambas na linha azul.
Chegamos assim a Praça dos Restauradores , que se destaca por esse vistoso
obelisco erguido em 1886 para celebrar a libertação de Portugal do controle
espanhol em 1640, daí o nome Restauradores (da Liberdade e da Independência). As
imagens de bronze no pedestal retratam a Vitória e a Liberdade. Os nomes e as
datas nas laterais do monumento homenageiam os soldados que lutaram na Guerra
da Restauração. Nesta praça está também
o famoso Hard Rock Café Lisboa, o Antigo Teatro Eden e o Elevador da Glória.
Apanhe o Elevador da Glória, que é um bonde elétrico
que faz o trajeto colina a cima, que é muito ingrime, ligando assim a “baixa
lisboeta” ao Bairro Alto. Não me recordo o preço do bilhete, mas comprei só a
ida diretamente dentro do Elevador. Para os mais corajosos e bem dispostos, o
trajeto é ingrime, mas é curto, por isso pode-se fazer a pé. Este “elevador”
foi construído em 1885 e está funcional até hoje, por isso é uma experiência
tipicamente lisboeta.
Saindo do elevador, vire logo à sua direita. Você encontrará o Jardim e Miradouro de São Pedro de
Alcântara. Daqui você terá uma vista magnífica sobre a baixa lisboeta
e o espaço é excelente para um descanso.
Saindo do miradouro, entre pela rua estreitas logo atrás do Jardim
(Travessa da Cara). Bem-vindo ao Bairro Alto, um dos bairros mais antigos de Lisboa.
É aqui o grande point da noite portuguesa, cheio de bares, restaurantes,
adegas de vinho e boates (disco). Durante o dia o Bairro Alto é muito parado e
você encontrará algumas lojas mais “alternativas”, de roupas, cabeleireiros,
cafés e produtos diferentes. A noite, se você tiver ânimo, o Bairro Alto é uma
excelente experiência para uma saída. Está sempre lotado, principalmente quando
se aproxima o fim-de-semana. Para além disto, o Bairro Alto é um lugar que dá
excelentes fotos, pois representa a Lisboa antiga, com os velhos candeeiros na
rua, as roupas estendidas do lado de fora das casas e os prédios centenários no
meio das suas estreitas ruas de pedra batida.
Dentro do Bairro Alto não há um trajeto certo a seguir. Deixe-se perder.
É uma experiência que cada um constrói de acordo com as lojas e espaços que vai
encontrando pela frente. Aconselho apenas que siga sempre a descer (pela Rua
Atalaia, Rua do Norte, Rua do Diário de Notícias, Rua da Rosa ou Rua das
Gáveas). Qualquer uma destas ruas irá levá-lo para “fora” do Bairro Alto
diretamente para a Praça Luís de Camões.
É aqui que acontecem inúmeros eventos e manifestações e é o ponto de
encontro para os amigos que vão seguir para o Bairro Alto. Também é nesta praça
que está a Consulado brasileiro.
Um quarteirão logo abaixo da Praça de Camões (basta atravessar a rua
seguindo o fluxo dos turistas) você encontrará o Largo do Chiado. Um dos espaços mais míticos da cidade
de Lisboa. É aqui que encontrarão a estatua do poeta Chiado, homenageado da
Praça; a mais famosa cafeteria lisboeta: a Brasileira (fundada em 1905 e que se
tronou um cenário intelectual, artístico e literário); e a estátua em bronze do
escritor Fernando Pessoa, que era presença constante d’A Brasileira. Neste
largo está também a saída do metro “Baixa-Chiado”, que é a estação mais
profunda de toda a rede de metro, cerca de 45 metros da superfície (são quatro
lances de escadas-rolantes e mais dois lances de escadas normais túnel a
baixo).
Continue a descer pela Rua Garrett e na segunda rua logo abaixo do Largo
do Chiado vire à esquerda (Calçada do Sacramento). A subida é um pouco ingrime,
mas o levará diretamente para o Largo do Carmo. Neste largo estão as ruínas do
Convento do Carmo, construído no século XIV, que foi parcialmente destruído
pelo Grande Terremoto de 1755 e onde se encontra atualmente o Museu Arqueológico do Carmo.
Siga por uma pequena calçada (passeio) que surge ao lado do convento e
que dá acesso ao Elevador de Santa Justa, que liga o Largo do Carmo à Baixa
Pombalina. Este Elevador foi inaugurado em 1902 e tem cerca de 30 metros de
altura. No alto do Elevador existe um Miradouro fantástico que dá as melhores
fotos de toda a Baixa-lisboeta, do Castelo de São Jorge e do Rio Tejo.
Após descer o Elevador você sairá na Rua de Santa Justa. Siga em frente
e depois de dois pequenos quarteirões você cruzará com a Rua Augusta, a famosa rua que foi, durante
séculos, a principal entrada de Lisboa e tem na sua extremidade o Arco da Rua Augusta. A Rua tem elevada concentração de
comércio, com diversas lojas de suveniers e de grandes marcas internacionais.
Vamos virar à esquerda, sentido contrário ao arco, na Rua Augusta em
direção à Praça do Rossio. Esta grande Praça bem
no centro da cidade de Lisboa, chama-se na verdade Praça de Dom Pedro IV. Essa
Praça foi durante seis séculos o centro de Lisboa. Ali eram realizadas
touradas, comemorações e execuções de hereges à fogueira. Ao centro destaca-se
a estátua de Dom Pedro IV de Portugal que é na verdade Dom Pedro I para os
brasileiros. Há duas grandes fontes de água (uma em casa extremidade). No lado
norte da praça fica o imponente Teatro Nacional Dona Maria II, em homenagem à
filha de D. Pedro. Há, ainda, o Café Nicola e o Café Suiça.
De volta a Praça do Rossio, atravesse a rua entre os prédios (próximo ao
Café Suíça). Ao atravessar por este caminho você sairá na Praça da Figueira.
Esta praça já foi um Hospital antes do grande Terremoto e depois
albergou um Mercado Municipal. Nos anos 50 deu origem à atual praça da Figueira
com a sua estátua negra de Dom João I, montado em seu cavalo. Em um dos lados
desta praça está ainda a Cafetaria Nacional, fundada em 1829 e
pertence à mesma família há cinco gerações, com toda a doçaria tradicional
portuguesa.
A partir daqui vamos entrar em Alfama
(o bairro mais antigo de Lisboa), para chegar ao Castelo de São Jorge. Para
isso há 2 hipóteses, que você pode escolher. A primeira é pegar o pequeno
ônibus (autocarro) nº 737, que o leva diretamente até ao Castelo e custa 1,75 €.
A segunda opção é pegar o típico eléctrico nº 12 (E12), também ali na Praça da
Figueira, que custa 2,85 € (por viagem) e deixa-o muito próximo do Castelo
(basta seguir as placas indicativas). Eu preferi o autocarro nº 737.
Seja qual for a sua escolha, pelo caminho você passará ainda pela Igreja da Sé de Lisboa, mandada construir em
1150. Aqui foi batizado Santo António (o nosso conhecido santo casamenteiro).
Quem tiver interesse poderá descer e conhecer a Igreja por dentro.
Chegamos ao Castelo de São Jorge. O bilhete normal custa
7,50, meu filho pagou apenas 4,00. A vista do alto do Castelo é fantástica e
poderá tirar fotos com canhões, estátuas e ter acesso ao alto das torres. Este
castelo é da época islâmica, construído em meados do século XI. O Castelo tinha
como função albergar a guarnição militar e, em caso de cerco, as elites que
viviam na cidadela. Não tinha uma função de residência como a maioria dos Castelos
da Europa.
Depois de descer do Castelo de volta para o centro histórico de Lisboa faça
o percurso a pé para conhecer um pouco mais de Alfama, você com certeza sairá
pelas ruas que o levarão de volta à Rua Augusta. Desça a Rua Augusta até
atravessar o Arco Triunfal que funciona como um “portão” para a parte baixa e sairá
na enorme Praça do Comércio, bem a beira do Rio
Tejo. É também conhecida como Terreiro do Paço.
Ufa! Terminamos o primeiro dia. É só voltar de metrô para o hotel Ibis
Saldanha.
SEGUNDO DIA – BELÉM
Para chegar em Belém você poderá pegar o Eléctrico nº 15 na Praça do
Comércio (ou na Praça da Figueira) e descer na paragem “Belém”, que custa 2,85
€.
Você sairá em frente à Praça Afonso de Albuquerque, onde está situado o Palácio Nacional de Belém, a residência oficial do
Presidente da República Portuguesa. Caso você goste de história e política,
poderá visitar o Museu e o próprio Palácio de Belém, o bilhete custa 5,00€ e há
descontos para estudantes e grupos. Eu optei por não visitar o Museu
Do lado direito do Palácio de Belém, está situado o Museu Nacional dos Coches, onde estão as antigas
carruagens das famílias reais portuguesa e de outras personalidades, como a
carruagem do Papa. Este é um museu lindo demais e o mais visitado de Portugal! Custa
5,00€, lembrando que em praticamente todos os museus há desconto para jovens.
Saindo do museu, siga pela Rua Belém, passando novamente em frente ao
Palácio da presidência. Você andará pouco mais de 100 m e provavelmente verá
uma enorme fila no meio da calçada. Você estará na famosa Pastelaria de Belém,
que vende os famosos, típicos e únicos Pastéis de Belém. Parece a ONU com gente de todo o
mundo! Sem dúvida, o doce mais famoso português, produzido pela mesma família
(geração a geração) e no mesmo local desde 1837. Atualmente, apenas três
mestres pasteleiros da Oficina do Segredo são detentores da receita e assinam
um termo de responsabilidade e fazem um juramento em como se comprometem a não
divulgar a receita. Cada pastel custa cerca de 1 €.
Seguindo em frente, pela rua que o levou à pastelaria, você já verá o
imponente Mosteiro dos Jerónimos. A arquitetura manuelina
do Mosteiro é linda! A Igreja é maravilhosa e a entrada é gratuita, você verá
lá dentro os túmulos de Vasco da Gama, Luís Vaz de Camões e de outros reis e
rainhas portugueses. Dentro do claustro está também o túmulo de escritor
Fernando Pessoa, mas para entrar no Claustro tem de pagar.
Em frente ao Mosteiro está a fantástica Praça do Império, um jardim
muito bonito e cuidado, com uma enorme fonte, e também o Centro Cultural de
Belém, onde acontecem eventos artísticos e culturais. Na extremidade da Praça
você entrará uma escadaria para um túnel que passa por baixo da movimentada
avenida e da linha do trem para chegar até o Padrão do Descobrimentos. Este monumento foi inaugurado em 1960
para homenagear os elementos envolvidos no processo dos Descobrimentos
portugueses. O preço de ingresso no Padrão é de 3,00 € e permite o visitante
subir de elevador até ao topo do monumento, a 50 metros de altura, e ter uma
vista fantástica de Belém, da Ponte 25 de Abril e do Rio Tejo.
Em frente ao Padrão dos Descobrimentos existe uma rosa-dos-ventos de 50
metros de diâmetro, desenhada no chão, uma oferta da África do Sul em 1960.
Local sempre cheio de turistas tirando fotos em cima dos seus países de origem.
Continue a caminhar pela avenida principal, beira-rio, até chegar ao
enorme jardim, um pouco mais a frente, onde está a Torre de Belém que foi construída dentro do rio Tejo. A
Torre foi concluída em 1520 e era utilizada como um forte de vigia que impedia
que embarcações não autorizadas entrassem na cidade de Lisboa. O bilhete
individual custa em torno de 5 €, pode ser comprado juntamente com a entrada do
mosteiro. Optei por não entrar na Torre. É possível chegar perto dela e tirar
belas fotos.
.
TERCEIRO DIA – PARQUE DAS NAÇÕES
O Parque das Nações é o atual nome da região onde houve a grande Exposição Mundial de 1998. Tudo o que se vê no Parque das Nações foi construído de propósito para
a realização da Expo 98, criando assim uma Lisboa moderna e que contrasta
totalmente com o turismo das zonas históricas da cidade. A sua arquitetura
contemporânea e todo o projeto de urbanização trouxeram nova dinâmica à zona
oriental da cidade de Lisboa que, em 1990, ainda era uma zona industrial.
Comece o dia saindo na Estação de Metro “Oriente” (Linha Vermelha). Lembre
que na estação metrô de Saldanha passam todas as linhas de metrô. Quando sair,
logo irá se deparar com a magnífica estação Gare do Oriente (que abriga o metrô, a
rodoviária, a estação ferroviária e os pontos de táxi).
Em frente à estação está o Centro Comercial Vasco da Gama , que também tem uma arquitetura
muito bonita, simbolizando um barco de Cruzeiro. Eu adoro o tema velejar,
depois explico em outro post.
Atravessando por dentro do Centro Comercial, você vai sair em um parque
com as bandeiras de todos os países do mundo hasteadas (Parque das Nações).
Siga em frente sentido ao Rio Tejo. À beira–rio você terá uma excelente vista
da Ponte Vasco da Gama e da Torre Vasco da Gama.
Siga pela direita, à beira-rio, você poderá andar por um deck de madeira
sobre o rio Tejo. Você verá, à sua direita, um grande prédio quadrado com
designer futurista, este é o Oceanário de Lisboa. O preço do bilhete é de 13,00€, mas a experiência vale a
pena. É o segundo maior do mundo! O oceanário tem um aquário central gigantesco
com espécies de vidas marinhas dos cinco oceanos, vivendo harmonicamente. Há
ainda cenários que reproduzem na perfeição uma mata tropical e um ambiente
ártico com os respectivos animais.
Ainda sobrou um tempinho para visitar o Pavilhão do Conhecimento-Ciência Viva, um Museu dedicado à
ciência com obras interativas, meu filho adorou!
Sugiro, por fim, dar uma volta no Teleférico da Expo sobre o rio Tejo, e que atravessa o
Parque das Nações de uma ponta a outra, com uma linda vista panorâmica lá do
alto, por um percurso de quase um quilômetro, que custa cerca de 6,00 € (ida e
volta).
Lembrem-se de que qualquer roteiro pode ser adaptado ao seu tempo e
bolso!
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